Quando eu tinha meus 12 anos, brincávamos disso na escola:

crise dos 30, brincadeiras de infância

Aos que vão se interessar neste texto, é bem provável que saibam muito bem do que estou falando, aos que não sabem, era uma brincadeira clássica, no meio, você escolhia a idade que queria casar, colocava 3 lugares pra passar a lua-de-mel, 3 nomes de meninos que se interessava, a quantidade de filhos de ia ter e se seria rico, pobre ou milionário!

Bom, a idade do centro nunca passou dos 25 anos, não me lembro de nenhuma amiga minha que colocava mais de 25, as mais ousadas colocavam 25… e a crise começa ai…

Quando nós somos crianças/adolescentes, crescemos acreditando que a receita da vida plena é: crescer, fazer uma faculdade, ter um trabalho fixo registrado, comprar uma casa e um carro, casar, ter filhos, netos e se possível… bisnetos…

Não estou dizendo que não é uma bela receita de uma vida feliz, só estou dizendo que existem outras receitas para a plenitude. Mas, só estamos descobrindo agora, o que é um problema pra minha geração que chega ao 30 sem nada disso, ou com um pouco disso.

Chegar nos 30 é meio que aquele momento crucial que você se pergunta: Tá, e ai? O que eu fiz?

E ai você só consegue se lembrar dos carimbos do seu passaporte, dos km rodados que tem seu carro, de todos os amigos que você fez pelo mundo, dos objetos que você tem espalhado pela sua casa de cada continente, de todas as 9739463846836789 fotos que você tem e os 5 HDs que você precisou comprar pra guardar todos os vídeos…

Só se lembra de cada suspiro que deu ao enxergar com olhos de criança lugares realmente mágicos e únicos, sente os cheiros, relembra, revive, sorri e fecha os olhos com uma sensação única, realmente indescritível!

Ok, isso te faz um bem danado, mas aquela crença enraizada dentro de você te chama, e te dá um soco:

MAS VOCÊ NÃO VAI CASAR?

O QUE VOCÊ JÁ CONSTRUIU?

QUANTO DE DINHEIRO VOCÊ TEM GUARDADO?

NEM NAMORAR?

SERÁ QUE NÃO VAI TER FILHOS?

Cara… isso é realmente muito chato!

Eu acredito que, cada um de nós tem um caminho a ser seguido, uma vida não pode ser construída em cima de crenças, cobranças, padrões… Como podemos ver, eu não imaginei chegar aos 30 com um blog onde conto e compartilho todas as sensações maravilhosas de conhecer o mundo, praticar esportes, de ser LIVRE… e quando eu digo livre, não é de estar solteira, e sim livre pra poder escolher rumos que realmente nos fazem felizes!

Acredito, pelas experiências que eu tive, que estar com alguém não é sinônimo de segurança ou de felicidade, hoje eu realmente acredito que estar com alguém só vale a pena quando você se sente transbordando de verdade, quando estar com alguém significa amar e ser livre… sabe quando você ama muito um amigo? Estão sempre juntos, se divertem, se amam, não se desgrudam e não se cobram? Não sei ao certo se isso realmente existe, porque comigo ainda não aconteceu, mas conheço muita gente que me afirma e me mostra que sim, e eu me inspiro nessas pessoas, são elas que me fazem acreditar que tem alguém ali, que vai me mostrar como é sentir isso…

Enquanto isso, eu coleciono momentos, amizades, lugares, sabores, cheiros, sensações…

E sabe o que mais?

Espero continuar colecionando tudo isso mesmo quando encontrar aquele cara que era pra eu estar casada desde os 25, com 2 filhos, sendo rica e passando a lua de mel no Hawaii!

bruna villegas, rafael leforte, vestindo a alma, a crise dos 30