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Para começarmos a entender um pouco mais sobre como o Yoga influencia positivamente na nossa vida, começaremos a estudar os conceitos éticos e práticos da filosofia.

Patanjali (um sábio/mestre que não se sabe ao certo se existiu de fato, ou foi apenas um símbolo da mitologia) sistematizou o Yoga em 8 angas (partes), o que chamamos de ASHTANGA YOGA:

Ashta: 8 / Anga: Partes (Todos os nomes são em sânscrito, uma língua já morta utilizada na Índia)

Os 8 Angas são:

1 – Yamas: formas de se comportar perante a sociedade, conduta moral de um praticante que deseja ser um yogi;

2 – Niyamas: formas de se comportar consigo mesmo, disciplinas individuais para preparar o praticante a sua melhor versão física e mental;

3 – Ásana: posturas;

4 – Pránáyama: técnicas respiratórias;

5 – Pratyáhára: abstração dos sentidos externos, um olhar pra dentro sem ruídos;

6 – Dhárana: concentração, foco;

7 – Dhyana: parar o fluxo de pensamentos incessantes;

8 – Samadhi: contemplação, consciência universal, iluminação do eu, acesso a essência.

Aprofundando nos Yamas e Niyamas:

*YAMAS:

1 – AHYMSA: Não-violência.

Como podemos agir sem violência com a gente mesmo, com o outro e com o todo?

Muitas vezes, somos bons com os outros, mas estamos nos violentando através de pensamentos, sentimentos, hábitos, atitudes…

Existem também aqueles que são agressivos ou violentos com os outros e acreditam que não estão se violentando desta forma, porém, uma vez que somos agressivos, isso diz muito mais sobre nós do que sobre o outro, porque é a maneira que também tratamos a nós mesmos, de forma subconsciente muitas vezes.

Ou seja, tudo parte do princípio do EU, se aplico ahymsa comigo mesmo, sendo carinhoso, amável com todo o meu ser, em como eu me alimento, em como enxergo e trato o mundo, isso será um espelho para todo o resto.

2 – SATYA: Verdade.

Muitos de nós fomos criados acreditando que precisávamos agradar para sermos aceitos, isso faz com que nos afastemos da nossa verdade, apenas para sermos incluídos em um sistema.

Ao trazer SATYA para a nossa vida, o praticante é convidado a agir em verdade consigo mesmo primeiramente, depois com o outro (lembrando que sempre somos reflexos de nós mesmos), e com o todo. Dizer e agir com a verdade do coração, por mais que ela possa causar algum tipo de desconforto, é primordial para esse conceito, desde as menores mentiras, como fazer algo forçado, ou mentir para o outro. Aprender a agir em satya requer treino, pois ao invés de mantermos a autenticidade que nasceu com cada um de nós e que faz parte da nossa essência, fomos reprimidos e deixando de ser nós mesmos. Satya nos pede coragem e atitude pra retornar a essa essência da verdade.

3 – ASTEYA: Não cobiçar, não roubar, não invejar.

Sinto que o ponto de não comparação desse Yama é primordial para praticá-lo. Uma vez que não comparo a minha vida com a do outro, o meu processo com o do outro e que eu não quero ser o outro, eu me afasto da necessidade de cobiçar ou invejar algo alheio. Me afasto também da vontade de querer ser o outro, ou achar que o outro é melhor que eu. Também não me aproprio de nada material do outro, isso envolve também não se envolver com pessoas comprometidas, pois isso te coloca dentro da energia de um ciclo que não é seu.

4 – Brahmacharya: não desperdício da energia sexual e não excessos.

Como falamos no post anterior, o objetivo do Yoga é alcançar um estado de consciência elevado e para isso, devemos ativar alguns vórtices energéticos do nosso corpo. A kundalini é a energia primordial responsável por atingir esse estado de consciência, e essa energia, é a energia da vida, a energia sexual. Portanto, algumas vertentes de Yoga, optam pela contenção dessa energia do orgasmo, já outras optam pelo celibato.

Eu gosto de trazer o Brahmacharya para refletir em dois pontos:

5 – Aparigraha: Desapego.

Esse Yama nos convida a praticar o desapego em todos os sentidos, seja em um sentimento que á não precisa mais estar ali, uma pessoa, um objeto. Praticando o desapego abrimos espaços para as energias fluírem no nosso ser, nos abrimos para o novo, para a evolução. O desapego não quer dizer que não temos sentimentos, e sim que eu não preciso daquilo para sobreviver, que eu sei quando me libertar de algo que precisa ir.

*NIYAMAS:

1 – SAUCHA: Purificação, limpeza.

Consiste em um conjunto de técnicas que o praticante aprende para limpar seu corpo físico denso, são práticas como pranayamas e kriyas que devem ser ensinados por seu professor ou mestre.

2 – SANTOCHA: Contentamento.

Manter um contentamento independente do que esteja acontecendo lá fora, pois dentro de si já existe tudo que precisa para ser feliz. Esse comportamento pede que o Yogi, mantenha-se grato.

Uma vez que a dualidade é uma criação da mente, nos manter afastados do julgamento do bom e do mal, nos coloca num ponto de sermos gratos com tudo aquilo que chega naquele momento, compreendendo que tudo vem por um aprendizado e por um motivo.

3 – TAPAS: Auto-superação.

Superar-se diariamente é um exercício de tapas, seja dentro da sua prática física de ásanas, seja na sua meditação, seja se superando em um hábito ruim na sua vida, seja se superando no seu trabalho…

4 – SWADHYAYA: Auto-estudo.

Esse Niyama pede presença para se tornar um observador de si mesmo, reunindo tudo que aprendeu até então e trazer para a consciência.

Por que estou agindo assim? O que isso está me ensinando? Por que reagi dessa forma com essa situação?…

5 – ISHWARA PRANIDHANA: Entrega.

Esse Niyama pede que possamos confiar no processo divino, uma vez que estudamos, compreendemos, fizemos tudo que precisava ser feito e nos colocamos no caminho mais conectado da nossa existência, não existe mais a necessidade do controle, porque eu confio e entrego sabendo que o melhor e mais elevado sempre acontece.

Vamos praticar Yamas e Niyamas?

Bons estudos,

 

 

Bruna Villegas, 34 anos, tirou o terno do mundo corporativo pra vestir a alma e servir no seu propósito. Professora de Yoga, Publicitária de formação, CEO e Fundadora do Vestindo a Alma e do Curso Essência do Yoga, Viajante, Surfista, Apaixonada pelo Mar e pela natureza.

 

 

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