Muita gente acredita que o Yoga se baseia apenas nos Ásanas, que são as posturas. Muitas delas são lindas e até desafiadoras, mas não é só isso!
Na verdade, o Yoga é uma filosofia de vida milenar, que existe há de mais de 5.000 anos Índia.
Os primeiros registros encontrados na humanidade, foram os Vedas, onde são mencionados práticas (ascese) que hoje são consideradas Yoga.
Muito profundo e antigo né?
Portanto, seria muito pequeno relacionar o Yoga apenas aos Ásanas.
O que é interessante entender, é que os Ásanas, são um dos caminhos no Yoga para que o indivíduo possa encontrar a sua libertação, afinal, estando neste plano, o nosso veículo de evolução é o nosso corpo físico denso.
O objetivo do Yoga é alcançar um estado de não sofrimento, o que é chamado de Moksha.
E como alcançamos esse estado?
Segundo Patanjali, um sábio que compilou o Yoga e criou os Yoga Sutras (escrituras que surgiram aproximadamente em 300 a.C), o caminho para alcançar esse estado, é praticando as 8 partes do Yoga, o Ashtanga Yoga, sendo:
1 – Yamas: formas de se comportar perante a sociedade, conduta moral de um praticante que deseja ser um yogi;
2 – Niyamas: formas de se comportar consigo mesmo, disciplinas individuais para preparar o praticante a sua melhor versão física e mental;
3 – Ásana: postura firme e confortável;
4 – Pránáyama: expansão e controle do Prana;
5 – Pratyáhára: abstração dos sentidos externos, um olhar pra dentro sem ruídos;
6 – Dhárana: concentração, foco;
7 – Dhyana: parar o fluxo de pensamentos incessantes;
8 – Samadhi: contemplação, consciência universal, iluminação do eu, acesso a essência
No post anterior, nos aprofundamos nos Yamas e Niyamas, e hoje vamos nos aprofundar nos Ásanas.
Segundo Patanjali, Ásana significa postura firme e confortável.
Acredita-se que, antigamente, os únicos Ásanas que existiam eram as posturas sentadas, para que o Yogi pudesse meditar por muito tempo, e através do estado meditativo, alcançar Moksha.
Principalmente aqui no ocidente, não fomos criados com o hábito de meditar, além disso, para tudo usamos cadeiras, encostos e assumimos posturas desfavoráveis.
Entramos no ciclo da sociedade, passamos a trabalhar em escritórios a frente do computador mais de 8 horas por dia sem a postura correta, ou dento de um automóvel e por ai vai. Ou seja, é praticamente impossível meditar por mais de 5 minutos no início.
Nessa hora, os Ásanas, que além de possuirem diversas propriedades curativas, limparem os canais do corpo energético, ativarem os chakras, trabalharem o autoconhecimento perante as emoções que o corpo mostra durante o processo e trazerem presença que favorece o estado meditativo, também são muito importantes para fortalecer e preparar o corpo físico, sendo possível então, fazer com que, quando o praticante chegue no final de sua prática, a meditação se torne algo muito mais possível de ser alcançado.
Sempre digo que o Yoga é muito perfeito, as etapas são muito conectadas e fazem todo sentido, começamos uma prática nos aquietando, fazendo auto-estudo (Swadhyaya) pra perceber se estamos praticando os Yamas e Niyamas, depois passamos aos Ásanas com as invertidas ao final, fazemos Pránáyamas pra sutilizar e limpar ainda mais o nosso corpo físico denso, até que, finalmente abstraímos todo o externo (Pratyahára) para conseguir treinar Samyama (os 3 estágios da meditação) Dhárana, Dhyána e Samadhi.
Acompanhe os próximos posts para que seja esclarecido cada vez mais como funciona esse processo.
Namaste,
Bruna Villegas, 35 anos, tirou o terno do mundo corporativo pra vestir a alma e servir no seu propósito. Professora de Yoga, Publicitária de formação, CEO e Fundadora do Vestindo a Alma e do Curso Essência do Yoga, Viajante, Surfista, Apaixonada pelo Mar e pela natureza.
Texto revisado pela minha Professora: Fernanda Degílio